

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu estímulo aos líderes da base aliada para que critiquem a política de juros do Banco Central. Na reunião que teve após o anúncio da reoneração dos combustíveis, ele disse aos parlamentares que, se estivesse no lugar deles, criticaria todos os dias a taxa de juros, que não teria justificativa para estar no atual patamar.
Na entrevista coletiva antes da reunião, o ministro já havia criticado os juros praticados pelo BC. Parlamentares que participaram do encontro avaliaram que a introdução de um imposto de exportação é um “teste”, cuja eficácia ainda será avaliada pelos deputados e senadores.
Após quatro meses, se a MP sobre a reoneração parcial dos combustíveis caducar ou for aprovada sem alterações, as alíquotas voltam dos R$ 0,47 anunciados na terça-feira (28/2) para R$ 0,69 na gasolina e de R$ 0,02 para R$ 0,24 no etanol. Lula e Haddad têm buscado associar o aumento dos impostos à “herança maldita” de Jair Bolsonaro(PL).
O presidente e o ministro da Fazenda têm criticado recorrentemente a taxa de juros do país. Recentemente, o presidente do BC participou do programa Roda Viva, da TV Cultura e disse que fez a maior alta de juros para um ano eleitoral, reconheceu que a ata tentou corrigir o mal-estar do comunicado da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e salientou que quer conversar bem com o atual governo. Disse, inclusive, que quer dialogar mais com Lula e explicar a agenda do BC.