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Quem é Hélio Doyle, nomeado por Lula como novo presidente da EBC

Gestão do jornalista à frente da estatal tem prazo definido até dia 30 de outubro deste ano

Hélio Marcos Prates Doyle. Crédito: Joedson Alves/Agência Brasil

A nomeação do jornalista Hélio Doyle como novo presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (14/02). De acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a gestão de Doyle à frente da estatal tem prazo definido até dia 30 de outubro deste ano. Ele estava ocupando cargo de assessoria na empresa.

A EBC é responsável pela gestão da TV Brasil, da Agência Brasil e de outras plataformas de comunicação do governo federal. A empresa passou chegou a ser incluída no programa de desestatização no governo Bolsonaro, por meio do decreto nº 10.354/20, assinado por Bolsonaro e pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes.

A privatização da EBC só não aconteceu porque, de acordo com o ex-presidente Bolsonaro, não geraria economia ao estado, porque a maioria dos funcionários da entidade são de carreira e, por isso, teriam que ser realocados em outros órgãos estatais.

Na gestão Bolsonaro, a EBC foi alvo de várias críticas relacionadas ao uso da empresa como um meio de campanha política por parte do ex-presidente, que, por sua vez, negava o uso da estatal para esses fins. 

Alguns meses antes das eleições de 2022, a EBC chegou a comprar a novela “Os Dez Mandamentos”, da Rede Record, por R$ 3 milhões. A atração, de conteúdo religioso, chegou a ser exibida na TV Brasil, porém especialistas e opositores do governo criticaram a compra desse tipo de programa por ser vinculado somente ao público evangélico, que, em boa parte, apoia Bolsonaro. O líder da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da Rede Record, Edir Macedo, reafirmou seu apoio ao ex-presidente, inclusive, durante a campanha do ano passado.

Como presidente da EBC, Doyle terá a missão de liderar a estatal em direção a um jornalismo público, forte e independente, que cumpra seu papel de informar a população de forma plural e democrática. 

Historicamente, Doyle defende a modernização da EBC, com investimentos em tecnologia e inovação para aprimorar a distribuição e o alcance dos conteúdos. É ainda um entusiasta do estabelecimento de parcerias com organizações da sociedade civil e instituições públicas para que possam produzir conteúdos de qualidade e que ampliem a diversidade de pontos de vista apresentados. 

Carreira

Hélio Marcos Prates Doyle nasceu no Rio de Janeiro em 11 de novembro de 1950. Iniciou a carreira na comunicação em 1967, quando conseguiu uma vaga de estágio no Diário da Tarde, em Belo Horizonte.

Formou-se em jornalismo em 1972, pela Universidade de Brasília (UnB), onde também fez e concluiu o mestrado em Comunicação. Na mesma instituição, cursou, 20 anos depois, doutorado em História das Relações Internacionais. Ainda na UnB, Doyle, foi professor do curso de Comunicação por quase três décadas, até se aposentar em 2013.

O novo presidente da EBC trabalhou como repórter, editor, redator e editor executivo nos principais jornais do país como: Correio Braziliense, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e Jornal de Brasília. O jornalista também passou pelas principais revistas do país, como: Isto É, Veja e outras.   

Na TV, o comunicador trabalhou como editor de jornalismo em Brasília, na TV Globo, em 1976. Entre 1990 e 1991, foi diretor-superintendente da Ema Vídeo e diretor do programa Estação Ciência veiculado na extinta Manchete.

Ao longo de sua carreira, Doyle recebeu diversos prêmios e reconhecimentos, como o Prêmio Esso de Jornalismo em 1975, na categoria “Maior Contribuição ao Jornalismo” e o Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos 1991, na categoria Programa de Televisão, com “Os fonemas da alegria”, do programa Estação Ciência da Manchete. 

O jornalista exerceu diversas funções públicas, principalmente no Governo do Distrito Federal (GDF). Doyle foi presidente do Conselho de Promoção da Capital Federal, secretário-chefe do Gabinete de Articulação Institucional do Governo do Distrito Federal e secretário-chefe da Casa Civil do GDF. Ele também foi presidente do Comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados e diretor-secretário da representação em Brasília da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

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