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Eleições 2022

Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, é preso sob suspeita de tentar interferir nas eleições

Prisão preventiva é para evitar interferência em investigação sobre bloqueios no Nordeste no segundo turno das eleições

Silvinei Vasques
Ex-diretor Geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques. Crédito: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

A Polícia Federal prendeu preventivamente na manhã desta quarta-feira (9/8) o ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, suspeito de usar a corporação para interferir no andamento do segundo turno das eleições de 2022.

Além do mandado de prisão preventiva de Vasques, os policiais federais cumprem, sob ordens expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), outros 10 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Leia a íntegra da decisão.

A prisão preventiva de Vasques se justifica, segundo o inquérito, pela possibilidade de ele interferir no depoimento de outros servidores da PRF ao longo das investigações, que apuram se a PRF planejou e executou uma operação, com uso de recursos materiais e humanos da corporação, para atrapalhar o trânsito de eleitores em áreas de grande concentração de eleitorado lulista.

No dia do segundo turno, bloqueios foram montados em rodovias sobretudo na região Nordeste do país. De acordo com um relatório do Ministério da Justiça entregue à Controladoria-Geral da União (CGU), entre os dias 28 e 30 de outubro foram fiscalizados 2.185 ônibus no Nordeste contra 571 em toda a região Sudeste.

Foi preciso que, no dia do segundo turno, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, ordenasse a desmobilização dos efetivos policiais para que o trânsito de eleitores fosse restabelecido.

Os crimes investigados pela “Operação Constituição Cidadã” são os de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal, e além de outros delitos que constam no Código Eleitoral: impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato.

Em depoimento na CPI do 8 de Janeiro, Vasques classificou as suspeitas como a “maior injustiça da história”, além de dizer que o elevado número de operações no Nordeste ocorreu devido à “maior infraestrutura” da corporação na região. Também disse que os bloqueios foram feitos para evitar “compra de votos”. Parlamentares ligados ao governo apontaram na ocasião que o maior efetivo da PRF estava, na verdade, no Sudeste.

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