
A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira (18/8) o comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Klepter Rosa Gonçalves, e o ex-comandante Fábio Augusto Vieira, por suspeita de omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro. No momento da invasão às sedes dos Três Poderes, Vieira era chefe da PM do DF e Gonçalves, o subcomandante da corporação.
Também foram presos o coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, que estava alocado no Departamento de Operações da PM no início do ano; o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues e o tenente Rafael Pereira Martins. Outros dois alvos da operação, o coronel Jorge Naime e o tenente Flávio Silvestre Alencar, já estavam detidos.
Todos são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de crimes contra o estado democrático, golpe de estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado, além de violação dos deveres funcionais estabelecidos na Constituição e nas normas da PM do DF.
A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)Alexandre de Moraes, a pedido da PGR. Ao STF, a PGR apresentou troca de mensagens entre os agentes, nas quais “reconheceram que se alimentava um clima de suspeição na própria atuação da PMDF, consectário da atuação correlata aos atos antidemocráticos praticados na sede da Polícia Federal, o que exigiria maior cautela da corporação para os eventos subsequentes”.
A PGR também afirma que investigações e análises “constataram uma profunda contaminação ideológica de parte dos oficiais da PMDF denunciados, que se mostraram adeptos de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas”.
Em outra manifestação sobre o mesmo caso, a PGR reforça que “a cúpula da PMDF, especialmente pelos ora denunciados, esperava uma insurgência popular que poderia assegurar a permanência de Jair Messias Bolsonaro na Presidência da República”.
Confira a íntegra da cota de oferecimento da denúncia apresentada pela PGR na PET 11.008.