Eye of Cleopatra

Operação Spoofing

Juiz federal condena hacker Walter Delgatti a 20 anos de prisão por ação na Vaza Jato

Degaltti foi condenado no âmbito da Operação Spoofing por interceptação de mensagens de autoridades. Leia a sentença

walter delgatti
Hacker Walter Delgatti / Crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O hacker Walter Degaltti Neto foi condenado a 20 anos e um mês de prisão por interceptação de comunicação telefônica no episódio que ficou conhecido como Vaza Jato. A sentença, proferida no âmbito da Operação Spoofing, nesta segunda-feira (21/8), pelo juiz Ricardo Augusto Soares Leita, substituto da 10ª Vara Criminal da Justiça Federal do Distrito Federal, cita crimes cibernéticos, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Na decisão, o juiz afirma que as táticas criminosas de Delgatti “incluíam os ataques conhecidos como phising, técnica de fraude online utilizada por criminosos para roubar senhas de bancos e demais informações de vítimas; prints de mensagens que interlocutores repassam informações de números de cartões de crédito, contas bancárias e outros dados pessoais de possíveis vítimas; além de conversa pessoal com possíveis vítimas, de forma a instaurar programas maliciosos que possibilitariam a colheita de dados”. Leia a íntegra da sentença que condenou o hacker Walter Delgatti Neto.

A sentença ressalta ainda características de Delgatti, como “personalidade que deve ser avaliada de forma desfavorável, ante o exibicionismo de suas condutas ilícitas (materializadas nas imagens encontradas em seu computador) e a qualificação de forma pública e virtuosa de seus atos criminosos, intitulando-os de ‘ajuda ao povo brasileiro’, conforme declarado em entrevista além de descumprimento em duas ocasiões de medidas cautelares”.

Delgatti ficou conhecido como “hacker de Araraquara” e “hacker da Vaza Jato” após interceptar conversas no Telegram de autoridades que integravam a força-tarefa da Operação Lava Jato. O material coletado foi repassado ao The Intercept e divulgado em diversas reportagens. As mensagens indicavam, de acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), conluio entre membros do Ministério Público e o ex-juiz Sergio Moro no processo criminal contra o atual presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

Em julho de 2019, quando a Operação Spoofing foi deflagrada, o hacker chegou a ser preso preventivamente pela Polícia Federal. Em setembro de 2020, ele teve a prisão preventiva revogada e foi determinado o uso de tornozeleira eletrônica. Em 2 de agosto deste ano, ele foi novamente preso preventivamente. Desta vez por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Além dele, foram condenadas outras quatro pessoas na sentença: Gustavo Henrique Elias Santos, Thiago Eliezer Martins Santos, Suelen Priscila De Oliveira e Danilo Cristiano Marques. Outro integrante do grupo, Luiz Henrique Molição, também foi condenado, porém, o juiz lhe concedeu perdão judicial por causa de sua colaboração premiada.

A ação penal tramita com o número 1015706-59.2019.4.01.3400.

Eye of Cleopatra Mapa do site