
O Ministério da Educação (MEC) era uma das pastas consideradas prioritárias pelo PT na distribuição de forças políticas, e o filiado Camilo Santana foi anunciado nesta quinta-feira (22/12) para posição. Ex-governador do Ceará e senador eleito, ele desbanca a até então mais cotada Izolda Cela, vice na chapa dele e atual governadora.
Santana, que já havia cumprido dois mandatos, atuou como articulador da candidatura de Elmano de Freitas (PT), eleito para o governo cearense nestas eleições. Também apoiou a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no estado, mesmo tendo longa aliança com a família de Ciro Gomes(PDT).
Antes de ser governador, ele havia sido secretário das Cidades e do Desenvolvimento Agrário no governo de Cid Gomes (PDT), irmão de Ciro. Ele teria preferência por atuar em áreas correlatas a essas no governo federal, mas acabou convencido a ocupar o MEC.
O futuro ministro deixou o governo do Ceará com 78% de aprovação e 18% de desaprovação, conforme pesquisa encomendada pelo jornal “O Povo”. O resultado é creditado ao enfrentamento da pandemia pelo governador. Com o apoio do governo estadual, Fortaleza chegou a ter dois lockdowns para conter a disseminação da Covid-19.
O Ceará é frequentemente reconhecido pelos resultados em educação. Em 2020, ficavam no estado as dez escolas do 1º ao 5º ano melhor posicionadas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações.
O estado foi o que mais evoluiu na última década nesse nível de ensino; no ensino médio, passou da 12ª colocação para a 4ª entre 2005 e 2020.
Em 2021, 18 municípios cearenses estavam entre os 20 municípios com as melhores notas no Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (IOEB), que inclui o Ideb, a escolaridade de professores e o número médio de horas-aula.
A principal crise enfrentada pelo governo de Santana foi na área de segurança pública, com ataques disparados por facções criminosas. Também lidou com motim de policiais militares e bombeiros por 13 dias em 2020, quando em média 26 pessoas por dia foram vítimas de homicídio, um aumento de mais de 40% em relação a um ano antes.
Ele garantiu aumentos salariais para dar fim à paralisação, mas não concedeu anistia a polícias que participaram das ações e foram punidos.